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sábado, 8 de janeiro de 2011

A Orquestra Sinfônica chuvosa que transforma


Neste período chuvoso, de janeiro, tudo fica mais tranquilo. O silêncio é tão silencioso que a chuva transforma-se numa orquestra imponente, cuja harmonia alegra gradativamente a tristeza.

O melhor lugar para assistir a orquestra sinfônica chuvosa, é sentado no banco de uma praça. Pode ser qualquer praça do mundo, todos têm uma praça especial; a minha é bem peculiar, simples, cheia de árvores, bem do lado de uma quadra de esportes. Então, logo quando começa os chuviscos da primeira sinfonia, lá pela metade da tarde, vou para a praça e sento no banco de baixo da árvore. Literalmente, é um banho gratuito de um espetáculo natural.

Sentado no banco da praça, ouvindo e sentindo a chuva harmoniosa, a entediante solidão se afasta, vai embora com medo da chuva torrencial, que não dá trégua. Os problemas são esquecidos, momentaneamente, com a musicalidade do vento, que respinga uma felicidade incomum, na alma. Por alguns instantes este mundo é apagado da memória, e com ele se vão as frustrações.

Horas depois a chuva finda. É sinal do término do espetáculo. Aparecem algumas pessoas e o silêncio vai embora. Isto não me incomoda, pois estou contagiado pela felicidade. Na memória reaparecem as frustrações e os problemas, mas algo me diz que vou superá-los. A solidão tenta me abraçar, dessa vez me esquivo e digo: "Nunca mais, solidão!". Caminho sorrateiramente, chego em casa, todo molhado, abro o portão, entro, com a certeza de que, a partir de agora, tudo vai ser diferente...

Josué Leonardo

Um comentário:

  1. Aew meu amigo Josué, gostei muito do texto, é bem leve, escolhestes muito bem as palavras. Consegui captar a sensação de tranquilidade. Muito bom.
    Vou seguir acompanhando esperando novos posts.
    Valew

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