Total de visualizações de página

domingo, 30 de janeiro de 2011

Locus Amoenus


Tudo é muito pacífico. A intensidade é ecológica; nada de poluição sonora e muito menos poluição visual. O espetáculo de som e imagem, é da natureza que impera nesse cantinho celestial, pacato e sossegado do interior.

O ambiente transmite uma simpatia singela, movida a uma simplicidade esplêndida. A hospitalidade do lugar, abraça carinhosamente a todos. O horário maçante tarda cauteloso, sem preocupações. A nuvem passa ligeira com o vento que bateu no rosto, deixando bons ares.

Um copo d`água límpido é sugerido para a limpeza da alma. Água interiorana de sólida qualidade. O colírio dos olhos é o mar atiçado que maroleja, sustentando com alimentação saudável o povo.

O almoço chega, bênção de alto-mar, peixe fresco e delicioso. Inigualável companhia do cupuaçú polposo em forma de suco, adocicado com puro mel. Depois rodada de açaí bem grosso com farinha de tapioca, para o bucho ficar cheio de maravilhosa comida local.


Logo, o peso do alimento ímpar traz em sua companhia, o sono típico da tardezinha marajoara, cujo fundo musical é a chuvinha que chuvisca. É hora de atar a rede e se embalar como um pêndulo, e tentar esquecer as reprovações da vida, até dormir, com a esperança de sonhar outros sonhos...

Josué Leonardo

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

R$ 545,00 X R$ 26.500,00


Sabemos que o salário mínimo no Brasil é extremamente pífio. O cidadão que sustenta sua família com esse mínimo irrisório, sabe muito bem a dificuldade que é administrar "tamanho" dinheiro.

Na semana passada o salário mínimo aumentou e, segundo a visão do governo, a população vai poder comprar mais e encher o carrinho de compras, com este estupendo salário. Será que é verdade? Eles esquecem que mediante a um simples aumento no salário mínimo, automaticamente os preços dos produtos básicos crescem de uma forma desproporcional; e os paraenses conhecem essa realidade, pois o preço médio da cesta básica vendida aqui, é uma das mais caras do Brasil.


Por que o governo federal não fala a verdade? É simples, ao invés de dizer que está aumentando o salário mínimo, é melhor dizer sinceramente que está dando esmolas ao povo brasileiro; pois ao aumentar o salário em R$ 30,00 e depois autorizar mais R$ 5,00, como se tivesse dando uma mesada a mais para a população (sendo exposto na mídia que esse aumento foi gerado depois de intrigas políticas entre os aliados do governo), é totalmente desrespeitoso. E se torna ainda mais vergonhoso, devido a rapidez no aumento do salário do legislativo para R$ 26.500,00.

Você acha que eles merecem um aumento de salário tão bom como esse? E se o salário deles fosse baseado na meritocracia, quanto você acha que eles mereceriam ganhar? Veja a diferença gritante: População - R$ 545,00 X legislativo - R$ 26.500,00. São quantias desproporcionais que demonstram um abismo social e político do tamanho do Brasil.

De fato a Presidenta Dilma terá que investir em políticas públicas para tentar erradicar a fome e a miséria no Brasil, como ela disse em seu discurso de posse. Pois com um salário mínimo de R$ 545,00 é impossível suprir as necessidades básicas de uma família, de forma digna.

Josué Leonardo

domingo, 16 de janeiro de 2011

Tremacídio


O Novo Acordo Ortográfico permite, por lei, que você, usuário da língua portuguesa, extermine totalmente de sua vida, aquele sinal gráfico perturbador, o trema (Ü).

É isso mesmo que você está lendo. Segundo o decreto assinado pelo ex-presidente Lula, em 28 de setembro de 2008, na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro, ficou definido que todos os brasileiros têm o direito de se tornarem exterminadores de tremas, ou seja, está decretado o tremacídio, no Brasil.

Deste modo, aproveite este momento para cometer tremacídios. Escreva um texto e ao perceber que uma palavra apresenta os grupos QUE, QUI, GUE, GUI, no qual se faz necessário a pronúncia do "U" (como por exemplo: agüentar; lingüística; cinqüenta; tranqüilo) lembre-se: exclua, extermine, abdique, ignore, dê um fora e liberte-se do trema. Então, por meio desse ato, você vai se sentir um grande amigo da língua portuguesa.

No entanto, em apenas um caso não se deve cometer o tremacídio, em nomes próprios de origem estrangeira que apresentam o trema (como por exemplo o nome [da beldade-gata] Gisele Bündchen). Sendo assim, neste caso deve-se respeitar a autonomia internacional do trema.

Assim, explicado o processo de tremacídio, cabe a você obedecer as regras do Novo Acordo Ortográfico e proteger a língua portuguesa do trema e dos erros ortográficos.

Josué Leonardo

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Um título inexpressivo


No domingo, em Paramaribo, no Suriname, o Paysandu Sport Club tornou-se campeão do Torneio Internacional de Paramaribo, ganhando na final de seu maior rival, o Clube do Remo. Tudo bem, mas que benefício um título como este trará para a retomada do futebol paraense?

Vamos falar especificamente do Paysandu. Será que este título internacional ameniza a decepção da torcida em relação a derrota para o Salgueiro (PE), na série C, no qual o clube desperdiçou a oportunidade do acesso à série B? Não adianta o Paysandu jogar e ganhar ou empatar com times sem nenhuma expressão no futebol, e depois no Campeonato Brasileiro da série C, leva goleada, perde jogos facéis e ainda é rebaixado, como vem acontecendo repetidamente nos últimos anos.

Ultimamente, falar do futebol paraense, é lembrar de derrotas. O Paysandu pelo sexto ano consecutivo está na série C, do Campeonato Brasileiro; nunca consegue passar da 2ª fase da Copa do Brasil. Já o Clube do Remo, no último Campeonato Brasileiro, disputou a série D, foi eliminado por um time sem expressão no futebol, e ainda corre o risco de não disputar nenhum campeonato, no segundo semestre de 2011. A Tuna Luso Brasileira nunca mais foi a terceira força do futebol paraense, estava quase desativada, agora que o clube conseguiu se soerguer, no Campeonato Paraense.

Com todo esse desastre de acontecimentos fatídicos do futebol paraense, ainda se consegue comemorar uma final entre os dois clubes paraenses e o título do Paysandu, no torneio de Paramaribo. É muito pouco para um futebol que já foi considerado o melhor do norte e um dos melhores do Brasil.

Este título internacional, do Paysandu, é irrelevante, e não muda em absolutamente nada a realidade deplorável do futebol paraense. Tudo indica que os mesmos erros vão se repetir em 2011...

Josué Leonardo

sábado, 8 de janeiro de 2011

A Orquestra Sinfônica chuvosa que transforma


Neste período chuvoso, de janeiro, tudo fica mais tranquilo. O silêncio é tão silencioso que a chuva transforma-se numa orquestra imponente, cuja harmonia alegra gradativamente a tristeza.

O melhor lugar para assistir a orquestra sinfônica chuvosa, é sentado no banco de uma praça. Pode ser qualquer praça do mundo, todos têm uma praça especial; a minha é bem peculiar, simples, cheia de árvores, bem do lado de uma quadra de esportes. Então, logo quando começa os chuviscos da primeira sinfonia, lá pela metade da tarde, vou para a praça e sento no banco de baixo da árvore. Literalmente, é um banho gratuito de um espetáculo natural.

Sentado no banco da praça, ouvindo e sentindo a chuva harmoniosa, a entediante solidão se afasta, vai embora com medo da chuva torrencial, que não dá trégua. Os problemas são esquecidos, momentaneamente, com a musicalidade do vento, que respinga uma felicidade incomum, na alma. Por alguns instantes este mundo é apagado da memória, e com ele se vão as frustrações.

Horas depois a chuva finda. É sinal do término do espetáculo. Aparecem algumas pessoas e o silêncio vai embora. Isto não me incomoda, pois estou contagiado pela felicidade. Na memória reaparecem as frustrações e os problemas, mas algo me diz que vou superá-los. A solidão tenta me abraçar, dessa vez me esquivo e digo: "Nunca mais, solidão!". Caminho sorrateiramente, chego em casa, todo molhado, abro o portão, entro, com a certeza de que, a partir de agora, tudo vai ser diferente...

Josué Leonardo

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Educação tem que ser prioridade



Vejamos agora um trecho do discurso de posse do Governador eleito do Estado do Pará, Simão Jatene, sobre como a educação será estabelecida em seu governo:

"A educação é o futuro que se faz no presente. E já não basta abrir vagas para internar os jovens numa sala de aula e esperar que, apenas com esse gesto, eles virem homens e mulheres capacitados a transformar o Estado. Construir e manter escolas são tarefas do cotidiano da administração pública. Mas precisamos ir além disso. A escola precisa construir valores e ser capaz de fazer florescer o novo homem, a nova mulher, que irão transformar a realidade. Esta é a principal tarefa que se impõe ao governo. Ao esforço de ampliar a quantidade, agora urge melhorar a qualidade. Faremos isso de muitas maneiras, mas principalmente premiando as boas práticas educacionais".

Enfatizo este trecho do discurso do Governador, devido o assunto educação ter uma grande importância para todos os cidadãos paraenses. No entanto, a prioridade de implementar no Estado uma educação de qualidade, sempre é deixado para um segundo plano, ou seja, não passa de promessa. Temos como exemplo a ex-governadora que praticamente não melhorou em nada a educação no Estado, fez da educação um caso de polícia, permitindo que os professores fossem agredidos e levassem balas de borracha, nas reivindicações em prol de melhores salários, segurança e infraestrutura no âmbito escolar. Assim, a consequência da inconsequência da ex-governadora, foi a não reeleição, uma resposta democrática do povo.

O atual governador necessita urgentemente, como ele próprio diz: "construir e manter escolas[...]". Se aqui na capital há várias escolas sucateadas, sem a mínima estrutura para que os alunos possam estudar, imagine como estão as escolas no interior? Recentemente, uma reportagem noticiou que num município do interior paraense, as aulas são ministradas em baixo de uma árvore, pelo fato de não ter ventilação adequada dentro das salas de aula.

Outro fato que é notório, o professor é desvalorizado. O Estado tenta coibir o professor de reivindicar, além de remunerá-lo muito mal. Na escola, o professor não tem nenhuma motivação e ainda é desrespeitado, ameaçado e agredido fisicamente pelos alunos. Até parece que a escola virou um campo de batalha, é aluno contra professor; aluno brigando e matando outro aluno; pais de alunos querendo tomar satisfação com os professores. De fato, é como o governador disse: "A escola precisa contribuir valores e ser capaz de florescer o novo homem, a nova mulher, que irão transformar a realidade". Ou seja, é a educação como um fenômeno ético, que liga a escola, a família e a sociedade.

Pelo discurso, o Governador eleito até que demonstra ter boas intenções em favor da melhoria da educação no Pará. Espera-se que ele não fique no campo das boas intenções, mas que proporcione, de fato, políticas públicas que eleve o índice estadual no ranking nacional de avaliação educacional. É como foi dito no discurso: "A educação é o futuro que se faz no presente". Então, governador, é só agir. O senhor tem quatro anos, boa sorte!

Josué Leonardo
Powered By Blogger