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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Livros e andanças pelo bairro do Marco


Devido uma motivação literária paraense, desde dezembro do ano passado eu compro e leio diariamente o jornal “Diário do Pará”. Meu objetivo com isso, além de ficar muito bem informado, é adquirir, gratuitamente, dez livros de autores paraenses, muitos que eu nunca tinha ouvido falar, e completar a coleção “Pará de todos os versos e de todas as prosas”.

Já estou no 9º livro da coleção, e para conseguir essa proeza tive que recortar os selos estampados na capa do jornal e colar nas cartelas, do livro da semana, presentes no jornal aos domingos, e nas segundas-feiras ia trocar, estas cartelas completas, por um livro de um cronista, poeta ou ensaísta paraense, na sede do jornal, em frente à imponente Almirante Barroso, no bairro do Marco. E lá se vão quase dois meses nesse hábito de letramento literário.

Sinceramente valeu o esforço, pelo fato do prazer tríade de ler o jornal, colecionar os livros (alguns com mais de 30 anos sem uma nova edição) e viajar de ônibus até o local de troca para ver a torre, andar pelo quadrilátero do bosque e arriscar a vida na Almirante Barroso, num toró sem igual.

Havia anos que eu não andava por esse perímetro, desde o tempo do Grão-Pará que eu não parava por aqueles cantos para sentir os bons ares, de um lado, advindos da floresta, e os poluentes, do outro, advindos dos carros, motos, ônibus e caminhões feitos para matar. Um contraste interessante e perigoso na principal avenida de Belém.

Foram 10 semanas na qual eu pegava o ônibus e ele demorava 1hora de casa até o bosque, devido os engarrafamentos e acidentes na BR-316; ao descer do ônibus, de frente para o bosque, ia andando para o lado esquerdo rumo ao semáforo, daqui até lá, a passos lentos, demorava uns 2 minutos; esperava por quase 4 minutos o sinal vermelho para os carros e o verde para mim e a multidão ao meu lado; atravessava a Almirante Barroso em 1 minuto, quase correndo com medo de acidentes, um carro desgovernado, não só eu como a multidão, e já ia caminhando para a esquerda rumo à Eneas Pinheiro, sede da troca, num tempo de 5 minutos, pois foi quase impossível, para mim, não olhar admirado para o lado oposto e ver aquela floresta linda, ladeada por uma avenida que é a artéria principal da cidade. Quando chegava no local de troca uma pequena fila me esperava (Brasil sem fila de espera não é Brasil) lá se iam mais 3 minutos; ao chegar a minha vez mais 1 minuto para assinar nome e RG e mais 10 segundos para ação da entrega do livro da mão do atendente até a minha mão; saía do local vendo a torre, fogos na torre, logo pensava. E todo o itinerário acima descrito se repetia minuciosamente até o outro lado da avenida Almirante Barroso.

Fiz questão de cronometrar os meus passos nessa odisseia da minha casa até o local de troca dos livros, ressaltando um outro itinerário maravilhoso para andar, ouvir e ver: o perímetro do quadrilátero do bosque “Rodrigues Alves”. Uma caminhada tendo como início a parada de ônibus em frente ao bosque, passando pela lateral onde os ônibus passam, travessa que eu não lembro o nome, dobrando a direita, por trás do bosque, travessa que também não lembro o nome, mas é muito bonita com praças, local para atividades físicas, ou seja, um ambiente idílico e harmonioso. Dobrando novamente a direita, na outra lateral do bosque, um local soturno, ao lado do CCBS da UEPA, chamada travessa Perebebuí, se não me engano; e dobrando novamente a direita até o ponto inicial de partida, dá exatamente, acreditem, 10 minutos, sendo uma bela caminhada, como atividade física, a passos mais do que lentos.

Saldo dessa história: os livros são excelentes, os passeios deste andarilho foram salutar, mas nesses quase dois meses perdi apenas 1kg de gordura....

Josué Leonardo
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