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terça-feira, 10 de julho de 2012

A luta do século



A luta está iminente. Serão quatro rounds em busca do reconhecimento mundial de ser o melhor dos melhores lutadores. O período de treinos físicos é incessante, a prática dos golpes é frequentemente repetida, pois o treinador e o lutador buscam a perfeição, querem vencer a luta com propriedade, ou seja, um nocaute fulminante no temido adversário. O combate mais importante na vida do lutador já está marcado, será na terceira semana de dezembro deste ano, a defesa de um trabalho de quatro anos ininterruptos de dedicação e estudo nas artes marciais.

A ilustre academia proporcionou conhecimentos físicos e mentais ao lutador, todos os dias havia uma disciplina fundamental aprendida com mestres e doutores nas diversas artes de luta e autodefesa. As orientações dos treinadores no octógono, nesses últimos quatro anos, foram vitais para que o lutador continuasse os seus treinamentos na academia do curso de lutas.

Suado, exausto, com dores no corpo, o lutador finaliza mais uma etapa de treinos pesados, desde as 8h00 até agora 12h30, especializava-se na luta no chão, com golpes de jiu-jitsu, porque ele sabe da grande habilidade do oponente que vai querer jogar a luta para o chão, no entanto, o lutador vai em busca do seu forte, a trocação, a luta em pé, no bom e velho boxe, agregado a golpes fulminantes de capoeira e chutes para que o oponente baixe a guarda e ele dê a sua famosa joelhada voadora para nocauteá-lo e vencer a luta. Tudo isso já está na mente do lutador, nos treinos na academia, ele escreve os parágrafos e capítulos da sua defesa de trabalho de toda uma vida de estudos nas artes marciais.

Chega o grande dia da luta do século, 20 de dezembro, após um ano de treinos árduos e orientações do treinador, o lutador está pronto para a sua defesa e ataque de conhecimentos nas artes marciais. O nervosismo é contundente ao ver a arena do evento lotada de pessoas a favor e contra, mas ele sabe que está preparado, treinou, lutou, estudou o adversário, tem o conhecimento e a capacidade do que deve fazer para vencer. 

As luzes se apagam e ele entra na arena ovacionado e ao mesmo tempo vaiado pelos fãs do adversário, passa por perto de todos pelo caminho rumo ao octógono, adentra com o pé direito, o adversário já está lá, olhando com ódio e bufando de raiva. O juiz da luta chama os dois, apresenta as regras da luta, cada um vai para o seu canto, o lutador ouve as últimas advertências e conselhos do orientador, olha para os julgadores e avaliadores da luta, ao mesmo tempo em que algo chama a atenção do lutador, ele olha ao redor da arena e vê vários octógonos com lutadores, com o mesmo objetivo, precisamente eram 20 lutadores, que como ele, estavam ali para defender o seu título. Aquilo o impressionou e só parou de olhar quando o juiz o chamou para o centro do octógono junto com o adversário, enquanto o locutor da luta gritava veementemente: “Senhoras e senhores vai iniciar a luta de defesa do título do MMA, a grande luta do TCC.

O juiz iniciou a luta na sala octogonal e o resultado do grande combate do lutador e dos outros 20 lutadores, só o futuro real dirá....

Josué Leonardo

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Livros e andanças pelo bairro do Marco


Devido uma motivação literária paraense, desde dezembro do ano passado eu compro e leio diariamente o jornal “Diário do Pará”. Meu objetivo com isso, além de ficar muito bem informado, é adquirir, gratuitamente, dez livros de autores paraenses, muitos que eu nunca tinha ouvido falar, e completar a coleção “Pará de todos os versos e de todas as prosas”.

Já estou no 9º livro da coleção, e para conseguir essa proeza tive que recortar os selos estampados na capa do jornal e colar nas cartelas, do livro da semana, presentes no jornal aos domingos, e nas segundas-feiras ia trocar, estas cartelas completas, por um livro de um cronista, poeta ou ensaísta paraense, na sede do jornal, em frente à imponente Almirante Barroso, no bairro do Marco. E lá se vão quase dois meses nesse hábito de letramento literário.

Sinceramente valeu o esforço, pelo fato do prazer tríade de ler o jornal, colecionar os livros (alguns com mais de 30 anos sem uma nova edição) e viajar de ônibus até o local de troca para ver a torre, andar pelo quadrilátero do bosque e arriscar a vida na Almirante Barroso, num toró sem igual.

Havia anos que eu não andava por esse perímetro, desde o tempo do Grão-Pará que eu não parava por aqueles cantos para sentir os bons ares, de um lado, advindos da floresta, e os poluentes, do outro, advindos dos carros, motos, ônibus e caminhões feitos para matar. Um contraste interessante e perigoso na principal avenida de Belém.

Foram 10 semanas na qual eu pegava o ônibus e ele demorava 1hora de casa até o bosque, devido os engarrafamentos e acidentes na BR-316; ao descer do ônibus, de frente para o bosque, ia andando para o lado esquerdo rumo ao semáforo, daqui até lá, a passos lentos, demorava uns 2 minutos; esperava por quase 4 minutos o sinal vermelho para os carros e o verde para mim e a multidão ao meu lado; atravessava a Almirante Barroso em 1 minuto, quase correndo com medo de acidentes, um carro desgovernado, não só eu como a multidão, e já ia caminhando para a esquerda rumo à Eneas Pinheiro, sede da troca, num tempo de 5 minutos, pois foi quase impossível, para mim, não olhar admirado para o lado oposto e ver aquela floresta linda, ladeada por uma avenida que é a artéria principal da cidade. Quando chegava no local de troca uma pequena fila me esperava (Brasil sem fila de espera não é Brasil) lá se iam mais 3 minutos; ao chegar a minha vez mais 1 minuto para assinar nome e RG e mais 10 segundos para ação da entrega do livro da mão do atendente até a minha mão; saía do local vendo a torre, fogos na torre, logo pensava. E todo o itinerário acima descrito se repetia minuciosamente até o outro lado da avenida Almirante Barroso.

Fiz questão de cronometrar os meus passos nessa odisseia da minha casa até o local de troca dos livros, ressaltando um outro itinerário maravilhoso para andar, ouvir e ver: o perímetro do quadrilátero do bosque “Rodrigues Alves”. Uma caminhada tendo como início a parada de ônibus em frente ao bosque, passando pela lateral onde os ônibus passam, travessa que eu não lembro o nome, dobrando a direita, por trás do bosque, travessa que também não lembro o nome, mas é muito bonita com praças, local para atividades físicas, ou seja, um ambiente idílico e harmonioso. Dobrando novamente a direita, na outra lateral do bosque, um local soturno, ao lado do CCBS da UEPA, chamada travessa Perebebuí, se não me engano; e dobrando novamente a direita até o ponto inicial de partida, dá exatamente, acreditem, 10 minutos, sendo uma bela caminhada, como atividade física, a passos mais do que lentos.

Saldo dessa história: os livros são excelentes, os passeios deste andarilho foram salutar, mas nesses quase dois meses perdi apenas 1kg de gordura....

Josué Leonardo
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